PARTE 5: PRINCIPAIS ZOONOSES
Continuaremos abordando o tema Zoonose, mostrando que nosso amigo gato as vezes pode participar da transmissão de doenças ao homem.
5.3 RAIVA
Continuaremos abordando o tema Zoonose, mostrando que nosso amigo gato as vezes pode participar da transmissão de doenças ao homem.
5.3 RAIVA
A raiva é uma zoonose viral, que se caracteriza como uma encefalite progressiva aguda e letal. Existem dois ciclos de transmissão, o urbano, no qual tem participação como vetores os cães e os gatos; e o ciclo silvestre, onde no meio rural o principal transmissor é o morcego hematófago e na área silvestre a raposa.
AGENTE ETIOLÓGICO
O vírus da raiva pertence à família Rhabdoviridae e gênero Lyssavirus. Possui aspecto de projétil e seu genoma é constituído por RNA.
Lyssavirus |
RESERVATÓRIOS
Urbanos
Cães e Gatos
Rurais
Animais de produção: Bovinos, Caprinos, Ovinos, Equinos e Suínos
Silvestres
Morcegos, Raposa, Sagui
MODO DE TRANSMISSÃO
A transmissão da raiva se dá pela penetração do vírus contido na saliva do animal infectado, principalmente pela mordedura e, mais raramente, pela arranhadura e lambedura de mucosas.
O vírus penetra no organismo, multiplica-se no ponto de inoculação, atinge o sistema nervoso periférico e, posteriormente, o sistema nervoso central. A partir daí, dissemina-se para vários órgãos e glândulas salivares, onde também se replica e é eliminado pela saliva de pessoas ou animais enfermos.
PERÍODO DE INCUBAÇÃO
É extremamente variável, desde dias até anos, com uma média de 45 dias, no homem e de 10 dias a 2 meses no cão*. O período de incubação está diretamente relacionado à:
- Localização, extensão e profundidade da mordedura, arranhadura, lambedura ou contato com saliva de animais infectados;
- Distância entre o local do ferimento, o cérebro e troncos nervosos;
- Concentração de partículas virais inoculadas e cepa viral.
* nos gatos, o período de incubação é semelhante ao dos cães.
SINTOMAS
Três fases são reconhecidas: precursora ou prodromal, excitativa e paralítica. A duração total raramente é maior do que 10 dias; em média, a duração é de 5 a 6 dias.
a) Fase Precursora ou Prodromal (duração de 2 a 3 dias):
Mudanças na disposição: Um animal quieto se torna ativo e excessivamente amigável; o animal ativo se torna nervoso e assustado.
Dilatação das pupilas, salivação; o animal "morde o ar" e late com som agudo (cães);
Modificação da andadura (passo), com possível rigidez e contração da musculatura facial.
b) Fase Excitativa ou Raiva Furiosa:
Aumento dos reflexos de irritabilidade;
Dificuldade de deglutição, sialorreia;
Síndrome de ataque: agressão violenta e viciosa ("olhos faiscando", boca espumando, pelos do dorso arrepiados). Este período pode durar de 1 a 4 dias. Há progressão para um quadro convulsivo terminal ou paralisia, se o animal viver por um período mais prolongado.
c) Fase Paralítica ou Raiva Silenciosa:
Se a fase excitativa não é observada, ou é muito curta, então a denominamos como Raiva Silenciosa ou Paralítica.
- O animal não se encontra irritadiço, raramente morde;
- Paralisia ascendente dos membros - causando marcha trôpega;
- Paralisia de mandíbula (pode ser antes da paralisia dos membros ou concomitantemente) - causando sialorreia, língua pendendo para fora da boca;
- Alterações oculares, como Anisocoria;
- Somente 25% dos casos de Raiva em felinos correspondem a este tipo (Paralítica), comparado aos 75% de casos observados em cães.
DIAGNÓSTICO
Sempre que houver sintomas neurológicos e a origem for indeterminada, deve-se suspeitar de Raiva. Como precaução, tomar as seguintes medidas profiláticas durante o diagnóstico:
Isolar o animal suspeito;
Se alguma pessoa for mordida ou tiver contato estreito com o animal suspeito, deverá lavar imediatamente o ferimento com água e sabão e procurar auxilio médico.
Consultar um veterinário do Centro de Zoonoses;
Enviar amostras de tecidos (de preferência da cabeça toda, ou a região do hipocampo cerebral e cerebelo) para laboratório de diagnóstico.
O veterinário, recebendo o laudo do diagnóstico, deverá notificar as autoridades sanitárias locais; Deverá também, comunicar ao proprietário do animal e colocar os animais expostos ou suspeitos em quarentena.
Sempre que houver sintomas neurológicos e a origem for indeterminada, deve-se suspeitar de Raiva. Como precaução, tomar as seguintes medidas profiláticas durante o diagnóstico:
Isolar o animal suspeito;
Se alguma pessoa for mordida ou tiver contato estreito com o animal suspeito, deverá lavar imediatamente o ferimento com água e sabão e procurar auxilio médico.
Consultar um veterinário do Centro de Zoonoses;
Enviar amostras de tecidos (de preferência da cabeça toda, ou a região do hipocampo cerebral e cerebelo) para laboratório de diagnóstico.
O veterinário, recebendo o laudo do diagnóstico, deverá notificar as autoridades sanitárias locais; Deverá também, comunicar ao proprietário do animal e colocar os animais expostos ou suspeitos em quarentena.
TRATAMENTO
Nenhum tratamento deverá ser tentado. Se o animal exposto ao vírus não é vacinado, em se tratando de animais abandonados, recomenda-se proceder a eutanásia, para coleta de material para diagnóstico laboratorial.
Uma alternativa seria manter o animal suspeito sob quarentena de 6 meses, o que nem sempre é viável.
Se o animal exposto tiver um proprietário e for anteriormente vacinado, recomenda-se o seu isolamento para observação clínica por 10 dias, após esse período, o animal deverá ser revacinado.
VACINAÇÃO
As vacinas induzem altos títulos de anticorpos neutralizantes, aproximadamente entre 7 e 21 dias após a vacinação (período negativo de imunidade), utilizando-se tanto a vacina a vírus vivo modificado, quanto a vacina inativada.
A duração da imunidade pode ser de até 3 anos, para as vacinas vivas ou inativadas, em cães ou gatos, mas para obtermos uma imunidade máxima é recomendável a adoção do esquema com revacinações anuais. A primovacinação é recomendada para cães e gatos a partir do quarto mês de vida.
PROFILAXIA
Nenhum tratamento deverá ser tentado. Se o animal exposto ao vírus não é vacinado, em se tratando de animais abandonados, recomenda-se proceder a eutanásia, para coleta de material para diagnóstico laboratorial.
Uma alternativa seria manter o animal suspeito sob quarentena de 6 meses, o que nem sempre é viável.
Se o animal exposto tiver um proprietário e for anteriormente vacinado, recomenda-se o seu isolamento para observação clínica por 10 dias, após esse período, o animal deverá ser revacinado.
VACINAÇÃO
As vacinas induzem altos títulos de anticorpos neutralizantes, aproximadamente entre 7 e 21 dias após a vacinação (período negativo de imunidade), utilizando-se tanto a vacina a vírus vivo modificado, quanto a vacina inativada.
A duração da imunidade pode ser de até 3 anos, para as vacinas vivas ou inativadas, em cães ou gatos, mas para obtermos uma imunidade máxima é recomendável a adoção do esquema com revacinações anuais. A primovacinação é recomendada para cães e gatos a partir do quarto mês de vida.
PROFILAXIA
Já que dificilmente se consegue vacinar todos os animais errantes, fundamental para a persistência da cadeia de transmissão, recomenda-se o recolhimento de cães e gatos de rua, visando reduzir a circulação do vírus nos animais errantes. Também é recomendado o envio para diagnóstico laboratorial dos animais suspeitos de raiva.
Pessoas sob risco (profissionais de saúde) devem tomar a vacina para evitar a doença.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Bom, não precisa ficar assustado! Agora você já sabe que é importante vacinar seu amigo e tomar todos os cuidados. Para um gato contrair a raiva é preciso que ele não seja vacinado e que seja mordido por um cão ou outro animal infectado. Você é responsável pela saúde do seu filhote, portanto, cuide dele!
Até a próxima!